Brasil.
Domingo, 22 de outubro de 2023.
05:00 da tarde.
Na chácara onde morei, de 2004 a 2007, antes de ir pra quitinete, anterior sobre onde moro agora, onde morei por dezesseis anos, de 2007 a 2023, havia uma grande árvore, uma ficheira (também conhecida como guapuruvu, guarapuvu, garapuvu, guapiruvu, garapivu, guaburuvu, vapirubu, ficheira, bacurubu, badarra, bacuruva, birosca, faveira, pau-de-vintém, pataqueira, pau-de-tamanco e umbela), que tem esse nome porque as suas sementes têm ou lembram o formato de fichas, uma árvore que pode chegar a 20 ou 30 metros de altura, que floresce sempre entre a Primavera e o Verão, principalmente entre os meses de outubro, novembro e dezembro, dando flores amarelas, que, ao caírem, pintavam e entapetavam o chão ao redor da majestosa árvore de amarelo, nativa do Brasil, da Bolívia, do Paraguai, da Venezuela, do Equador, do Panamá, da Nicarágua, de Honduras, da Guatemala, de El Salvador, da Costa Rica, de Belize e do México, suas sementes são fonte de renda por serem usadas na confecção de brincos, colares e botões e sua madeira ou tronco, na construção de canoas, miolo de painéis e portas, brinquedos, saltos de sapato e caixotaria; e pela qual e minha família manifestamos grande admiração. Muito antes de mudarmos da chácara para a quitinete e com tranquilidade, em um dia, acho que foi um sábado, eu, ainda criança, tinha uns 12 anos, saí colhendo um monte de sementes da grande árvore que estavam caídas pelo chão, muitas mesmo, de 20 a 30 a 50 sementes, nutrindo o sonho de quando um dia eu tivesse terra, um pedaço de terra próprio, eu plantasse algumas das tais sementes ou todas elas. Tudo o que juntei eu guardei numa sacolinha de plástico de supermercado e ficou entre os meus brinquedos. Mas na mudança da chácara para a quitinete muitas coisas se perderam. Houveram coisas minhas que nem chegaram a ir pro apartamento, pois foram colocadas num carrinho de doces que compramos e adquirimos em 2004 com um propósito familiar e que quando chegamos à nova moradia foi colocado no quintal do condomínio, que era também um estacionamento, porque não cabia no apartamento, e ao longo dos anos que moramos lá as coisas do carrinho e até peças do carrinho, que era todo de ferro, foram sendo saqueados e no mês passado quando o meu pai foi reabrir o carrinho para ver o que tinha dentro para retirar, porque ele resolveu se desfazer e vender o carrinho pro ferro velho, já não havia quase mais nada dentro, só havia um regador e umas poucas ferramentas das ferramentas do meu pai, coisas essas que usávamos lá na chácara. Enfim. E falando em roubo, além da dor de termos tido que deixar coisas importantes nossas e de valor sentimental para trás no apartamento nessa nossa nova mudança, temos nos dado conta, com o passar dos dias e ao procurarmos e organizarmos nossas coisas, que parte da nossa mudança que veio foi roubada! Não sabemos se pelos "ajudantes", que ajudaram a levar as nossas coisas pro caminhão e a descarregar do caminhão para a casa onde estamos agora, ou se foi o motorista ou as duas partes. O fato é que roubaram, sumiram roupas, toalhas de banho, roupas de cama, cds, dvds, blu-rays... há coisas que talvez nem iremos perceber que foram roubadas e não sabemos avaliar o valor das coisas que foram perdidas, remexeram nossas coisas, trocaram coisas de lugar, abriram sacos, bolsas, caixas e forçaram a abertura de bolsas com objetos cortantes. Ele/s nos roubou/roubaram mesmo sabendo que uma pessoa da minha família sofreu AVC! O amor não está esfriando, ele já esfriou! Enfim. Eu só espero que Deus faça justiça. Muitas das coisas que nós temos foram frutos de doações, de igrejas que frequentávamos, de lugares onde a minha mãe trabalhou, tudo ganhado, nada roubado! Muitas das coisas quem nos deu não vai nos dar mais, seja porque já faleceu ou porque se mudou e não temos mais convívio! Outras coisas a minha mãe trabalhou duro para conseguir comprar! Por que ser falso e achar que está enganando alguém? Por que roubar? Por que pegar como suas e para si coisas que não são suas? Eles vieram pra nos ajudar com a mudança ou pra nos roubar?!
Voltando ao assunto das sementes da árvore, quando chegamos ao apartamento as minhas sementes se perderam e acho que eu nunca mais as vi. Nutri grande expectativa achando que eu as veria de novo quando nos mudássemos do apartamento para um lugar maior, mas com a mudança de agora, da forma como se deu, pensei que eu nunca mais as veria, porque muitas coisas minhas que eu queria ter trazido ficaram para trás no apartamento. Mas ontem à noite, às 09:00 horas, quase 10:00 da noite, ao encontrar por acaso ou sem querer ou estar à procura dela, que eu nem tinha pego pra trazer do apartamento, acho que foi alguém da minha família que pegou junto com outras coisas deles e trouxe, uma sacola minha com brinquedos da minha infância e reconhecendo que era minha fui feliz ver o que tinha dentro, se haveria alguma das coisas que estou procurando e já quase no fim, quando eu já tinha retirado quase tudo da sacola e achando que não encontraria nada de precioso dentro, eis que me aparece uma semente da ficheira, a grande árvore. Eu considero um milagre de Deus e um aviso de que Ele está no controle. De tudo.
Dias atrás eu me questionei ao lembrar e pensar nas sementes que eu colhi em 2005, 2006 ou 2007, por que que ao invés de juntar as sementes todas numa sacola, num lugar só, eu não as espalhei em vários lugares entre as minhas coisas, bolsas, caixas, saquinhos e sacolas, já que foram muitas que eu colhi, muitas mesmo, assim a chance de eu encontrar alguma descendente daquela árvore grande que já nem existe mais, pelo menos não no lugar onde estava plantada, pois foi, certamente, cortada e o lugar onde eu morava de favor com a minha família foi reivindicado pelo governo e lá foram construídas moradias para famílias carentes. Dava para ver o lugar onde morei na chácara do apartamento pra onde me mudei com a minha família e vimos quando a árvore deixou de existir lá e as casas foram construídas e postes de iluminação, instalados. Mas eu estava tranquila, porque a descendência dela estava a salvo nas muitas sementes que colhi e tinha esperança de que quando nos mudássemos daquele apartamento apertado onde muitas coisas nossas sumiram enquanto morávamos lá eu fosse reencontrar as sementes e outras coisas minhas, principalmente meu cadernos, livros, papéis de atividades e folhas de fichários com exercícios que fiz nas minhas séries iniciais cursadas lá na Bahia e no DF, da 1ª à 4ª e 5ª séries, em 2001, 2002 (2003 não, porque fiquei esse ano fora da escola, sem estudar; foi quando viemos pro DF! Mas havia desenhos, textos e cartas que fiz e escrevi nessa época que queria guardar para rever!), 2004, 2005 e 2006. Mas a sacola cheia de sementes acho que eu não vou encontrar. Não sei nem o estado delas caso eu encontrasse, se não estariam estragadas e condenadas, porque havia um cantinho lá no apartamento que era úmido e algumas coisas que ficaram por anos, por uma década e meia, encostadas na parede apodreceram, então se as sementes estavam ali, por exemplo, elas devem ter estragado.
A minha única esperança de não deixar morrer de vez (se é que ela realmente foi cortada e morreu, o que não é possível eu saber...!) e de perpetuar a existência daquela árvore que me encantou tanto de 2004 a 2007 está por enquanto nessa única semente e filhinha que encontrei dela, uma prova de sua existência, e que agora vou guardar com muito cuidado e carinho e mantê-la sempre perto de mim pra não sumir e perder de novo. O meu medo é se ela irá germinar, porque já faz mais de dezessete anos que a colhi, fora o tempo que ela já devia estar ali no chão quando a colhi que eu não sei de quanto tempo era, se estava ali há meses ou há anos... e eu não sei dizer se o tempo, esse dezesseis anos que ela passou no apartamento, se foi propício para ela, se ela foi armazenada de forma correta para que ela germine quando for enterrada. Sementes devem ter também o seu prazo de validade, eu fico pensando. Mas o meu pai me disse para ter fé. Não com essas palavras mais disse. Na verdade ele disse que eu não tenho fé. Mas eu tenho. Só acho que a minha fé é pouca, pequena, às vezes. O milagre que aconteceu dessa semente ter vingado e de eu tê-la encontrado não deve ter sido em vão. É algo mesmo para se ter fé e esperança. Deus sabe da minha vontade e do quanto eu gostaria de ser uma botânica, de estudar e me formar em Botânica para estudar as plantas, árvores, sementes e flores, e os meus livros favoritos, com nomes de flores em seus títulos, Um Girassol Na Janela e A Tulipa Negra, confirmam isso. Mas é uma pena que não exista um curso específico que forme estes profissionais! No Eixo Monumental, em Brasília, caminho diário de muitos estudantes (já foi o meu também de 2009 a 2011 e 2012, de 2013 a 2014, em 2017 e em 2018, quando cursei o Ensino Médio, os cursos técnicos em Contabilidade e em Modelagem do Vestuário e frequentei aulas pré-vestibulares, respectivamente!) e trabalhadores, é possível encontrar uma boa e vasta plantação dessa árvore posta em assunto hoje aqui nessa minha postagem! 🌳🌳🌳
Uma coisa é certa e eu sei porque já experimentei: Deus é Fiel!
Fonte de pesquisa: https://pt.wikipedia.org/wiki/Guapuruvu