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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Diálogo. Não Monólogo!

Blog Cartas da Gleize.


Brasil.
Quarta-feira, 23 de dezembro de 2020.
06:00 da noite.

De 2016 a 2019, eu fui correspondente pelo projeto do blog Trocando Cartas. Me correspondi com pessoas do meu país (Brasil) e do exterior. E foi daí que veio a ideia de criar esse blog, com esse título. Foi para convidar pessoas na internet a se corresponderem comigo. Só que por cartas virtuais, e-mails mesmo. Depois que conheci o Trocando Cartas, um espaço coletivo, eu quis ter um espaço só meu para isso.
Na verdade, do blog Trocando Cartas ainda e só me restou uma correspondente querida lá do Sul do Brasil, que se tornou uma amiga querida, mas que por causa da correria do dia-a-dia de cada uma de nós duas nos correspondemos só anualmente agora, mas sempre que nos falamos é com muito carinho e respeito uma pela outra e saudade sempre.
Depois do fim da correspondência com uma outra mulher por e-mail, eu a vi reclamar de mim na internet, dizendo que eu ficava perguntando coisas da vida dela, querendo dizer que eu não devia perguntar. Eu fazia perguntas, sim, pois acreditava que era assim que a correspondência fluiria e não cairia numa rotina monótona. Inclusive, era assim que funcionava com as minhas correspondentes inscritas no Trocando Cartas e vindas de lá; tanto eu perguntava coisas a elas quanto elas a mim e estava tudo certo. Eu perguntava coisas, sim, a essa tal mulher que se correspondeu comigo, mas nada íntimo. Apenas em cima de coisas que ela mesma estava me contando e que abriam margem para dúvidas, para perguntas, curiosidades sem maldades. Eu acho que ela esqueceu que era uma correspondência, uma troca de cartas virtuais, e queria que eu ficasse só lendo o que ela escrevesse. Só ela que podia me perguntar coisas. Só ela que podia falar. Não queria ler nada da minha parte, não queria ver nenhuma pergunta minha. Eu não poderia perguntar nada a ela sobre ela, pelo que entendi do que ela expôs e me expôs. Queria que eu ficasse só lendo, "escutando" as coisas que ela contava, acho que me confundiu com uma psicóloga. Então isso não seria uma correspondência. Quando eu a convidei para ficarmos conversando, em forma de cartas, sendo que ela nem era inscrita no blog Trocando Cartas, trocando ideias por sermos as duas escritoras, mantendo contato, eu a convidei para algo mútuo. Eu propus um diálogo. E isso ficou claro para ambas as partes. Não um monólogo, no qual só ela falaria ou me perguntaria coisas e eu só ficaria lendo, "ouvindo"-a. Pois é assim que funciona uma troca de cartas, uma correspondência, ora.
A troca de cartas é um jogo de perguntas e respostas. Quem não entende isso ou não aceita, nem entre para o mundo das cartas. Ou se já estiver inserido nele, nem continue.

Tenho pensado já há alguns anos em escrever um livro sobre esse tempo, esses quase quatro anos que me correspondi. Acho que eu tenho muito para contar sobre o mundo da correspondência, além de trazer à tona alguns alertas, possíveis problemas, ciladas e perigos, para quem se viu seduzida e deseja entrar e fazer parte desse mundo, porque assim como o mundo da escrita, e eu ainda falarei muito sobre isso ao longo da minha jornada no meio literário, eu ainda vou denunciar e trazer à tona muita coisa sobre esse meio, o mundo das cartas não é fabuloso como muitas pessoas que estão de fora pensam, não é cor-de-rosa, nem um mar de rosas. No mundo das cartas, assim como no da escrita, nem tudo são flores. E é preciso ter muita maturidade, uma carga emocional muito forte, ao escolher entrar e fazer parte dele. 🖂

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Originais e editoras.

Brasil.
Quarta-feira, 06 de maio de 2020.
04:00 p.m.

Ontem, num dos grupos de escritores que participo, um membro fez uma pergunta que me pus a responder, junto a outros membros que também deram suas respostas. Ele argumentou que uma certa editora brasileira está prestes a reabrir sua temporada de recebimento de originais para avaliação, e no final ele perguntou se alguém pensa em enviar originais para ela.
Eu respondi: "Não mais. Já mandei uma vez e tive meus originais recusados."
Aí uma outra membro comentou embaixo do meu comentário em resposta ao membro da postagem em questão, comentou para mim. Disse para eu não desanimar, pois a vida é cheia de 'nãos'. (Outro membro antes dela comentar havia reagido ao meu comentário com uma carinha triste. Mas está tudo bem, a recusa dos meus originais pela editora já foi há muito tempo, foi em 2015, ano em que eu terminei de escrever minha primeira história e pensei que ela estava pronta para publicação depois de ter feito algumas primeiras revisões (engano meu!); só que foi aí que eu descobri a montanha de erros no texto, incluindo os erros de aposto e vocativo e voltei a uma nova e grande fase de revisão que dura até hoje e parece nunca terminar. Mas estou perto do fim 🙂. Eu só quis comentar na postagem do rapaz...)
Eu respondi à moça: "Não desanimei, não. Continuo procurando uma editora onde a minha primeira história melhor se enquadre ao seu catálogo. Obrigada pelo apoio. 🙂"
Em seguida, tive a curiosidade de ir ver, no site da editora em questão, como andam os métodos dela no recebimento de originais e gostei do que eu li (se calhar, quem sabe eu até tento de novo!).:

"Dada a situação atual de disseminação do Coronavírus e suas implicações, não vamos mais receber originais físicos. Já estudávamos essa possibilidade antes da quarentena e vamos aproveitar este momento para mudar nossos procedimentos.
A partir de agora só iremos receber originais em arquivo PDF e, em breve, vamos anunciar as novas diretrizes para submissão de originais."

Daí eu fiquei pensando: "Seria uma boa se todas as editoras, sobretudo as tradicionais/comerciais, existentes no país se adequassem à tecnologia e, sem parar de receber originais para análise via correio, passassem a receber também por e-mail."
Pois atualmente no Brasil, algumas editoras já se adequaram ao recebimento de originais para análise via e-mail e geralmente em formato PDF, mas outras só aceitam, até então, de forma impressa, via correio, por carta registrada. O que eu acho legal é que algumas além de em formato digitalizado e impresso, aceitam também originais datilografados, que é mais antigo, ficou mais no passado; embora eu saiba de pessoas que ainda fazem uso da boa e velha máquina de escrever para reproduzir seus textos no papel.
Na verdade eu acho que seria bem melhor e facilitaria mais para todos se fossem colocadas em prática as duas opções de recebimento, tanto por correio quanto por e-mail, pois a vida é feita de fases e num momento pode ser viável para um escritor enviar seu trabalho pelo correio, mas não por e-mail, por falta de um computador ou acesso à internet; em outro momento esse mesmo escritor pode ter acesso à internet, mas não ter recursos financeiros, economias, para enviar os originais do livro que escreveu por correio.
Isso sem falar, mas falando, do extravio a que os originais enviados à editoras estão passíveis de sofrer no caminho 'correio editora' desde o momento em que os escritores depositam-nos no correio até o seu destino final. E por isso é que ter algum registro autoral sobre a obra é importante, para assegurar que se é autor e ter seus direitos garantidos em caso de extravio e plágio.
Um escritor, principalmente em início de carreira, gasta muito dinheiro, papel e tinta cada vez que imprime e envia à editoras originais pelo correio; se os originais forem aceitos por uma das editoras, é investimento, se não forem, é gasto mesmo.
Enfim. Fica aqui uma proposta minha às editoras.

[Foto de: Bundo Kim, no Unsplash.]

~Cartas da Gleize. 🖂