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quarta-feira, 15 de julho de 2020

O que define se uma pessoa é ou não escritora?

38.


Brasil.
Quarta-feira, 15 de julho de 2020.
05:00 p.m.

É uma pergunta recorrente nos grupos de escritores que participo no Facebook essa sobre quando ou o que é preciso para que alguém possa dizer que é e chegar a intitular-se escritor/a.
Tem gente que enlouquece de ciúme (para não dizer outra coisa) e se incomoda por ver outra pessoa intitular-se e proclamar-se escritora ou escritora de um gênero específico dentro da área da escrita... como contista, cronista, romancista, sendo que não se tornou ainda uma autora publicada.
Mas eu defendo a ideia de que para intitular-se escritor ou escritor de um gênero específico, basta começar ou ter começado a escrever. A partir do momento que uma pessoa começa a escrever textos, pequenos ou grandes, e histórias para livros, ela já pode considerar-se uma escritora!
Não é a divulgação de uma produção de texto para determinada quantidade de pessoas, nem uma outra pessoa, que vai dizer ou definir se uma pessoa é ou não uma escritora!

Quem concorda comigo no texto acima, manifeste-se nos comentários! Quem não concorda também pode se manifestar, pois reafirmo que aqui é livre a manifestação do pensamento! Desde que respeitosos, aqui não há censura de comentários, afinal de contas, conforme eu aprendi com um professor de História: Ideias se combatem com ideias!

~Rose Gleize. 🎔

Livro: A Maldição do Silêncio, de Márcia Kupstas.

Brasil.
Quarta-feira, 15 de julho de 2020.
04:30 a.m.

[Imagem.]

Já nas primeiras páginas senti que a autora, antes de compor sua história, leu os livros 'Um Girassol na Janela' e 'Amarelinho', de Ganymédes José. Por causa das palavras "Doutor Camargo" e "amarelinho" que ela usou em seu texto...
Mas, o livro me surpreendeu ao tratar, por tratar e pela forma com que tratou sobre a doença Leucemia.
As doenças sempre são tristes e eu sonho com um mundo novo onde não haja mais doença nenhuma e que a saúde impere para sempre nesse novo mundo, mas gosto de ler livros que retratam alguma doença, até porque eu mesma já escrevi uma história assim, que retrata uma doença agressiva e muito grave. Incurável. Que está agora na fila para revisão.
O livro narra a história de amizade entre dois meninos: Ricardo e João, que tem Leucemia, e é dividido em quatro partes ou capítulos: 1. Conhecer João, 2. Rever João, 3. Esquecer João e 4. Renascer João. O livro é narrado por Ricardo doze anos depois de ter conhecido o amigo João e com ele ter vivido uma história.
No livro, a autora parece falar leve ou superficialmente sobre espiritismo. Mas não se aprofunda na ideia.
Senti falta várias vezes da autora ter identificado os personagens durante as falas de cada um deles. Várias vezes fiquei confusa sem saber quem era quem falando. Tem autor que acha chato ficar identificando qual personagem está falando dentro de um livro durante um diálogo, e isso é até assunto de discussão dentro dos grupos de escritores que participo no Facebook, mas eu acho estritamente necessário essa identificação e não me preocupo se como escritora e em relação às histórias que escrevo eu sou repetitiva quanto a isso. Sempre identifico, para quem vai ler, cada personagem que fala.
De qualquer forma, esse é mais um livro da grande escritora Márcia Kupstas que li e que tive o prazer de ler.
Esse livro também faz parte da Coleção Veredas, da editora Moderna, e foi publicado em 1987.

~Cartas da Gleize. 💌

terça-feira, 7 de julho de 2020

Livro: A Garota do Livro, de Orlando de Miranda.

Brasil.
Terça-feira, 07 de julho de 2020.
04:30 a.m.

[Imagem: Skoob.]

Antes de ler eu não entendia, mas agora eu entendo o porquê das borboletas na ilustração da capa desse livro. 🙂😄
O livro nos traz a história de uma jovem estudante e de um escritor. Uma menina triste e um escritor alegre. Ela, que chama-se Telma, gosta dos amigos, das festas e de música. Ele, que se chama Pedro, é um homem feito, casado, tem três filhos, é escritor profissional experiente, que gosta de jogar xadrez.
O livro é dividido em três partes [A história de Telma, A história de Pedro e A história de Telma e Pedro] e em 17 capítulos. Foi publicado em 1991, pela Editora Moderna e faz parte da Coleção VeredasLi-o no ano passado.
Adoro ler histórias brasileiras de cerca de 30 anos atrás, isto é, dos anos 1980 e até 1990, a década na qual nasci. Não me preocupo com modinhas, nem me interesso por ler logo ou ter pressa em ler histórias recém-lançadas e que "todo mundo" está lendo em dado momento; muitas eu sei que passarei por essa vida sem ler, então nem me preocupo muito com isso.
O livro conta as histórias dos livros e até fala um pouco sobre como é a vida de um escritor, direitos autorais, essas coisas ligadas à escrita de livros e meio literário. Por essa parte de contar a história de livros, eu relaciono o livro à história do livro A Biblioteca Mágica de Bibbi Bokken, dos noruegueses Jostein Gaarder e Klaus Hagerup, que reli nesse ano de 2020, e uma coisa semelhante entre eles é que os dois citam Anne Frank e contam um pouco de sua história. Anne Frank em A Garota do Livro até se torna amiga imaginária de Telma, a protagonista.
Que surpresa foi para mim descobrir que o escritor Pedro com quem a garota do livro tanto queria falar era um escritor que existe de verdade, o Pedro Bandeira! Mas que bela homenagem do escritor Orlando de Miranda para o Pedro Bandeira!
Eu percebi tratar-se de Pedro Bandeira ao ver a citação de dois ou três livros dele nos textos do livro em questão.
O livro começa com a menina Telma brincando de imaginar em seu quarto. Ela está de molho, recolhida, porque está doente. Só que isso não é explicado já nas primeiras páginas do livro, o autor não se preocupou em explicar por que ela não estava indo à escola e por que uma colega de turma estava indo à casa dela lhe passar as lições que os outros professores passaram para a turma e contar-lhe as novidades da escola e do pessoal. É só na página 34, que Alice, sua madrasta, ao ir ao quarto da enteada falar sobre a festa de aniversário da menina, que estava chegando, e pedir a ela para escrever uma relação dos amigos dela, que ela gostaria de ver na festa, para que a madrasta enviasse os convites, a madrasta lembra à menina do que o médico disse, com base nisso diz que a festa dela não poderia acontecer até muito tarde, pois ela não poderia se cansar, mas também o autor, como narrador, pois como eu falei nessa postagem 15, em que digo: "O narrador para mim, quando não identificado, é o próprio autor do livro.", não se preocupou em contar o que a menina tinha ou se era muito grave. Que ela tinha uma doença ficou claro quando no começo foi dito que ela estava de molho em casa e que uma colega de turma foi até lá repassar as matérias, mas o leitor fica sem saber que doença era essa.
A menina Telma, é tão jovem, que ainda chupa dedo (um dos polegares) e ainda brinca com bonecas; Titi é o nome de uma das suas; e ainda tem Felipeto, um palhacinho - os dois, de pano.
No livro, fantasia e realidade se misturam já que a protagonista se imagina fantasiosamente em algumas histórias e proseando com personagens femininas de consagrados livros e escritores, como Alice do País das Maravilhas, Anne Frank, já citada, Narizinho, Wendy, Magrí, uma personagem de Pedro Bandeira que ele usou em dois dos livros que escreveu, escritor com quem Telma tanto deseja falar... As personagens saem dos livros, no quarto dela, para conversarem com ela e se tornam todas amigas.
O livro tem ilustrações que ao menos para mim, me remetem ao mistério.
A história do livro, apesar de para mim ter sido confusa, uma loucura, e eu ter achado que no fim a história de Telma não passou de uma imaginação ou sonho de Pedro Bandeira, é ou pode ser uma inspiração para escritores em geral.
Quando a menina conseguiu finalmente telefonar para o Pedro e falar com ele, trocar com ele umas palavras, o escritor a princípio pensou que ela queria ser escritora, que queria saber e sentir como era escrever livros, que queria conselhos, então ele tratou de estimulá-la e dizer-lhe boas coisas a respeito da profissão, mas depois viu que não era bem isso que ela desejava, já que ela mesma, do outro lado da linha, diz que nunca conseguiria escrever e que não leva jeito com isso. É então que mais para frente ele descobre, com um segundo telefonema de Telma, pois o primeiro ela havia desligado, que a garota quer se tornar uma personagem de um livro de Pedro Bandeira. Só que mais do que isso, que Pedro ao saber disso levou na brincadeira e riu muito da cara da menina, assim como Anne Frank, Telma queria se eternizar ou ser eternizada em um livro através de uma personagem, queria viver para sempre dentro dos livros e ser lembrada quando não estivesse mais aqui, isto é, depois de sua morte.
Lá pelo capítulo 10 o livro revela-se misterioso (ainda mais misterioso e isso para mim é o ápice dos mistérios em todo o livro), quando Pedro Bandeira foi à casa da menina Telma, ao apartamento onde ela morava com o pai, Cláudio, e a madrasta, Alice. Os responsáveis pela menina não estavam em casa, mas sabiam que ele iria lá entrevistar ou conversar com Telma sobre o livro que escreveria inspirado nela; quem o recebeu, lhe convidou a sentar e ofereceu-lhe um café foi Sofia, a empregada. A menina estava no quarto e quando Pedro Bandeira chega, a empregada vai lhe avisar. Pedro percebe que ela estava lá, mas quando vai ao quarto dela, não a encontra e depois de muito esperá-la aparecer, sem resultados, desiste e vai embora, levando sem querer, nem se dar conta, uma foto de Telma que pegou ao entrar no quarto dela.
Seria sonho, imaginação ou realidade?

Então é isso.
Fico me perguntado: "Será que o Pedro Bandeira leu essa história?"

~Cartas da Gleize. 🕮

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Havia uma caixa de correio no meio do caminho.

Brasil.
Sexta-feira, 03 de julho de 2020.
03:00 p.m.

[Foto de: Alex Perz, no Unsplash.]

No meio do caminho da longa jornada da vida havia uma caixa de correio.
Não uma caixa de correio qualquer ou que tivesse um e único dono.
Era uma caixa pública destinada a todos que se interessassem a sacar dela uma carta, um dos muitos envelopes lançados, não à sorte, mas com propósito pessoal, ali [pela Mão Santa], e que trazia particular esperança, para cada ser humano, sobre o Destino Perfeito [aquele traçado por Deus, Autor de cada carta].

~Cartas da Gleize. 💌

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Meio do ano.

Ano: 2020.

Dia: 183.

Lá se vão 183 dias. Restam mais 183 dias pela frente...

Brasil.
Quarta-feira, 01 de julho de 2020.
04:30 a.m.

Chegamos à metade do ano 2020 e a sensação de 'ano perdido', por conta do Coronavírus que se alastrou como fogo pelo mundo e consequente isolamento social, para muitas pessoas é grande.
A mim, que sempre fui caseira, que sempre gostei mais e preferi ficar em casa e sempre fui mais adepta a programas caseiros do que de rua, esse isolamento social pouco tem me afetado. Mas tem. De uma forma ou de outra sempre afeta. Antes da notícia sobre o Covid-19, que logo se tornou pandemia, começar a aparecer nos meios de comunicação ao final de janeiro/começo de fevereiro, eu já havia traçado as minhas metas para esse ano de 2020 (tudo que pudesse ser feito em casa e de casa) e tudo o que eu tenho feito, em termos de escrita, leitura e revisão de textos, é apenas produto do que eu havia traçado lá, entre o final de 2019 e começo de 2020. Mas para que o ano não termine com a sensação de ano perdido para mim por conta da pandemia que afeta a todos, mas sim, de um ano produtivo, eu estou tentando fazer desse ano significativo no tocante à produtividade. Não estou deixando esse ano passar em vão e acho que as outras pessoas também não devem deixá-lo passar em vão. Estou semeando nesse ano para colher nos próximos. Se eu sobreviver...
E para quem está com a sensação de que 2020 já é um ano perdido, eu partilho a ideia e a mensagem, já que chegamos ao meio dele, de que muita coisa ainda pode ser feita em termos de metas, estudos e labor, principalmente se as pessoas ou aquelas pessoas que trabalham em cima da produtividade como eu e fazem ou podem fazer isso de casa. Ou se não for possível, que pelo menos preparem o terreno, que comecem a ará-lo e semeá-lo, lançarem no solo as primeiras sementes, regar... para que no ano que vem, nos próximos anos, comecem a colher o que talvez não foi possível começar a colher já nesse ano, mas que não fiquemos de braços cruzados, nem de pernas para o ar. A sensação no momento é de mãos atadas, eu sei e sinto, mas não estamos realmente de mãos atadas; algumas coisas ainda podem ser feitas de onde estamos e com os instrumentos e ferramentas que temos ao nosso redor, eu acredito. Não estamos de férias e precisamos estar preparados para que quando tudo volte ao normal, voltemos também com vigor e força de vontade, e continuemos de onde paramos quando o vírus nos pegou a todos de surpresa e parou o mundo; porque sabemos, não vai ser fácil recomeçar. Quando tudo começar a voltar ao normal novamente, o momento vai exigir muito mais de todos nós.
Quando esse momento chegar, será preciso que ele nos encontre trabalhando. Ou senão trabalhando, pelo menos prontos para voltarmos ao trabalho. Vamos subir a escada da vida... e recomeçar!

brown concrete stair
[Foto de: Siarhei Plashchynskino Unsplash.]

~Cartas da Gleize. 🖂